Criminoso na Geórgia, <br> governador em Odessa

O pre­si­dente da junta fas­cista ucra­niana no­meou o ex-pre­si­dente da Geórgia, Mikheil Sa­a­kash­vili, como novo go­ver­nador de Odessa. Numa co­mu­ni­cação te­le­vi­siva re­a­li­zada sá­bado, 30, Petro Po­roshenko jus­ti­ficou a in­di­cação por aquele ser, ale­ga­da­mente, «um grande amigo» do País, bem como com a ne­ces­si­dade de «pre­servar a so­be­rania, in­te­gri­dade ter­ri­to­rial, in­de­pen­dência e paz» e de «cons­truir uma nova Ucrânia».

Sa­a­kash­vili, que fugiu da Geórgia onde é pro­cu­rado pelas au­to­ri­dades, as quais emi­tiram, em Fe­ve­reiro deste ano, um pe­dido de ex­tra­dição que foi re­cu­sado por Kiev, já de­sem­pe­nhava fun­ções de con­se­lheiro de Po­roshenko.

Pre­si­dente da Geórgia du­rante cerca de uma dé­cada (2003-2013), Sa­a­kash­vili lançou o país num con­flito com a Fe­de­ração Russa, o qual teve um pico má­ximo na guerra de­sen­ca­deada na re­gião da Os­sétia do Sul, du­rante quase uma se­mana, em Agosto de 2008.

Co­men­tando a no­me­ação, o ac­tual pre­si­dente da Geórgia, Ge­orgy Marg­ve­lash­vili la­mentou o facto de Sa­a­kash­vili ter re­nun­ciado à ci­da­dania do País do qual foi pre­si­dente, uma vez que ao aceitar o de­creto do pre­si­dente Po­roshenko que o no­meou ci­dadão ucra­niano para poder di­rigir Odessa perdeu au­to­ma­ti­ca­mente o seu es­ta­tuto natal.

Sa­a­kash­vili é acu­sado pela Jus­tiça de Ti­blissi de abuso de poder, apro­pri­ação de mi­lhões de dó­lares de fundos pú­blicos e re­pressão da opo­sição. Não obs­tante, na apre­sen­tação do novo go­ver­nador de Odessa, Petro Po­roshenko deu-o como um exemplo de ca­pa­ci­dade de co­locar um país na «di­recção da trans­pa­rência, efi­cácia, com­bate à fraude e cor­rupção, atracção do in­ves­ti­mento es­tran­geiro, jus­tiça e pro­tecção da de­mo­cracia e dos di­reitos dos ci­da­dãos» (sic).

O re­pre­sen­tante do Mi­nis­tério dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros russo para os Di­reitos Hu­manos, Kons­tantiv Dolgov, fez notar que Sa­a­kash­vili, «acu­sado de múl­ti­plos crimes contra o povo da Geórgia», foi apon­tado como «go­ver­nador de uma ci­dade onde os neo-nazis quei­maram pes­soas vivas e per­ma­necem im­punes», re­fe­rindo-se ao ataque contra a Casa dos Sin­di­catos, a 2 de Maio de 2014.

«Isto é pro­fun­da­mente sim­bó­lico da de­mo­cracia de tipo oci­dental adop­tada por Kiev que o Oci­dente ob­serva com apro­vação en­ver­go­nhada», acres­centou.

Trégua frágil na Ucrânia

A guerra na Ucrânia pro­vocou, entre Abril de 2014 e o pas­sado mês de Maio, quase 6500 mortos, 16 mil fe­ridos e 1,2 mi­lhões de des­lo­cados in­ternos e re­fu­gi­ados, so­bre­tudo na Rússia, cal­culou, se­gunda-feira, 1, a ONU. Entre as úl­timas ví­timas estão as re­sul­tantes dos bom­bar­de­a­mento da se­mana pas­sada contra a ci­dade de Gor­lovka, atri­buídos pelas forças an­ti­fas­cistas ao exér­cito re­gular ucra­niano e que terão ma­tado vá­rios civis, entre os quais mu­lheres e cri­anças, se­gundo as au­to­ri­dades lo­cais.

Os ob­ser­va­dores da Or­ga­ni­zação para a Se­gu­rança e Co­o­pe­ração na Eu­ropa (OSCE) de­nun­ci­aram, quinta-feira, 28, que nos ata­ques a Gor­lovka foram usadas mu­ni­ções de ca­libre su­pe­rior a 100 mm, o que in­dica que as forças gol­pistas não re­ti­raram toda ar­ti­lharia pe­sada da linha da frente, con­forme, aliás, têm ad­ver­tido os an­ti­gol­pistas do Don­bass e aler­tado a missão da OSCE. O facto viola os acordos de Minsk, subs­critos em Fe­ve­reiro, fra­gi­li­zando cada vez mais o cessar-fogo es­ta­be­le­cido deste então, mas nunca cum­prido ca­bal­mente por Kiev.

 



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